Primeira santa brasileira, religiosa se contrapôs a interesses da Igreja para criar obras sociais
A partir de hoje (06) o Blog vai reproduzir o especial “Pelos Olhos de Dulce” uma pesquisa do Chefe De Reportagem do Jornal Correio, Jorge Gauthier .
“Do alto-falante para aumentar os donativos passando por desejos de oração, criação do time de vôlei até a ruptura com setores da igreja que queriam ela ‘longe da Bahia’. A história de Santa Dulce dos Pobres transcendeu a religião com o objetivo de ajudar ao próximo.“
“Faria tudo para que Irmã Dulce fosse transferida da Bahia”. Em sotaque alemão, mas em português claro a declaração do frei Hildebrando Kruthaup (1902- 1986), do alto dos seus 1,8 m, foi dita em 18 de junho de 1961 diante de um grupo de operários. Afinal, quem era ele e por que Irmã Dulce (1914-1992) o incomodava?
Ela estava no auge. Os leitos do recém-inaugurado Albergue Santo Antônio, que funcionava como hospital, não ficavam vazios. A freira de 1,47 m distribuídos em 45 kg ganhava fama de anjo pelas ruas de Salvador. O azul, branco e preto do seu hábito era presságio de caridade.
Junto com frei Hildebrando, 28 anos antes, Dulce havia fundado o Círculo Operário da Bahia (COB), entidade que no auge promoveu assistência social e evangelização para 10 mil associados na Cidade Baixa.
Frei alemão Hildebrando Kruthaup foi acusado de ser simpático ao nazismo. Nada foi comprovado
(Foto: Livro Audácia e Fé/Reprodução)